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A mostrar mensagens de agosto, 2008

O que é feito de… Lisa Stansfield?

[estou a ouvir “All around the world”, Lisa Stansfield] Por vezes, vem-nos à ideia uma canção, uma melodia, um refrão, uma voz… perdidos… Outras vezes, somos assaltados pela surpresa da rádio a tocar no carro, no supermercado, na loja… A tocar “aquela” música… antiga… perdida… Dou por mim a pensar o que será feito do(a) cantor(a), nos motivos da sua saída de cena. Nem sempre é fácil entender algumas opções pessoais de carreira ou os destinos forçados por circunstâncias dúbias, daqueles que um dia admirámos ou de quem uma música marcou uma época (ou episódio, até!) das nossas vidas... Pergunto-me o que será feito de Lisa Stansfield? Daquele vozeirão, daquele brilho no olhar, daquela força nos gestos? Era capaz de escrever um conto sobre os momentos que passei a ouvir e a cantar Lisa Stansfield… Aquele dueto com o Barry White… Say something… Lembram-se?! Deixo-vos com uma das minhas preferidas:

Viagem invertida

[estou a ouvir “Nobody’s fault but mine”, Beth Rowley] Como já vai sendo hábito, passamos férias no Sul de França, geralmente em Biarritz. Este regresso àquele que não deixa também de ser o meu país é revigorante. Gosto de sentir que ainda pertenço àquela cultura, àquela gente. Há uma certa magia nas viagens de carro entre Portugal e a França que me fazem regressar à minha infância. Não as trocaria pela suposta emoção do avião ou pelo buliço do comboio. E, apesar de muita coisa ter mudado desde então, é divertido estabelecer certos paralelos… Vivíamos em França e vínhamos de férias, uma vez por ano, a Portugal. Os três, eu e os meus pais. Como eram esperadas aquelas férias! Hoje, vivemos em Portugal e passamos férias em França. Os três, eu, o meu marido, Joaquim, e a minha filha, Sara. Como são esperadas as férias! A viagem era longa… Da região parisiense a Viseu. As estradas execráveis, sobretudo do lado ibérico. A minha mãe, o “co-piloto”, tinha sempre o mapa à mão e uma boa selecção

As fotografias de Bloncourt

[estou a ouvir “(Bem) Na minha mão”, Susana Félix] No passado mês de Maio, entre meio-dia de interpretação em Oeiras e uma reunião com clientes no Padrão dos Descobrimentos, fui, finalmente, visitar a Colecção Berardo. É impossível não gostar de, pelo menos, uma parte da exposição: há para todos os gostos. Duas horas depois de iniciar a minha visita, já quase de saída e a eleger a ala do surrealismo como a minha preferida, deparo-me com uma exposição temporária: “Por uma vida melhor”. A expressão era-me familiar. Acabaria por passar o resto da tarde no CCB… Tratava-se de uma exposição de fotografias a preto e branco do Gérald Bloncourt sobre a vida dos emigrantes portugueses em França, nos anos 50 e 60 (http://www.bloncourt.net/index-4.html). Fui assaltada por um turbilhão de emoções, flashes, reflexões… Saí de lá com dois álbuns (um para mim, outro para o meu pai), com o documentário “Gente do Salto”, a convicção de que o português tem a memória curta e uma voz na cabeça: