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A mostrar mensagens de junho, 2010

Taxistas II

Reflectia Isabel sobre os diferentes mecanismos de estimulação lacrimal quando chegou ao Porto, no último Alfa. - Boa noite. Quero ir para um hotel que tem “Artes” no nome… - O “Eurostar das Artes”, menina? - Esse é em Cedofeita? - É, menina. - E não há outro hotel com “Artes” no nome? - Não, menina, que eu saiba… - Então é esse. Vamos. A trepidação do táxi sobre os paralelos da rua do Heroísmo acordou Isabel. - Tenho a obrigação de conhecer melhor o Porto. Vivi aqui quatro anos. Fiz cá a faculdade… - Ai é, menina? - Sim. Olhe, vivi aqui muito perto, na rua António Granjo. - A sério? Também vivo no Bonfim, menina, e tenho um grande amigo que vive na rua António Granjo, o Jorge. Vive naquela casa amarela que dá para o Horto Moderno. - Está a brincar?! Eu vivi nessa casa! Não me diga que o seu amigo Jorge era filho do Sr. Jorge Meireles? - Exactamente, menina! - Não acredito! Andei com ele ao colo, valha-me Deus! Ia para casa deles ouvir o Sr. Meireles tocar piano! Como é que eles estão?

Coffee Break

A Lisboa pós-Santo António acorda tímida… Parque das Nações – Cabo Ruivo – Marvila – Bela Vista – EUA – Campo Pequeno – República – Saldanha – Marquês de Pombal – Rua Castilho: limpo, 10 minutos. Adoro a nossa capital com cheirinho a férias. Como sempre, sou das primeiras a chegar. Sento-me no hall do hotel e mergulho no meu livro até despertar o buliço do congresso, até abrir o Secretariado para as credenciações. «First of all, congratulations to Ghana!». Foi este o “pontapé de saída” da Sessão de Abertura. Na terceira intervenção, o Embaixador António Monteiro inicia assim a sua alocução perante uma plateia de africanos: «Ainda bem que falo hoje e não amanhã depois do Portugal /Costa do Marfim…» Em intervenção pedida aquando da sessão de perguntas e respostas, um participante da Costa do Marfim pediu a palavra para dizer que tinha consultado o maior feiticeiro do país e que este lhe tinha assegurado que a Costa do Marfim ganharia… Desengane-se quem pensava que futebol e estratégia in

A vida depois

A vida d.X. Depois do desconhecido.

Vertigem

A cem quilómetros por hora, Deambulam pela teia que fui tecendo. Não os quero, mas insistem e impõem-se. Procuro cortar os fios de ceda, mas estes, Estranhamente, São inquebráveis, rugosos, repelentes. As imagens distorcem-se, A cobertura de rede diminui, O tradutor automático não é fiável. Perco o contacto E caio do alto, em câmara lenta, Tranquila, na perspectiva da rede, Lá em baixo.