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A mostrar mensagens de agosto, 2010

Simulacro

Há dias, revisitei Baudrillard e a sua teoria do simulacro. A teoria deste filósofo e sociólogo [aqui está uma dupla que costuma dar bons resultados!] francês tem por base a ideia de que o real é substituído por imagens (ele que também era fotógrafo, sem acaso) e de que o referente vivido desapareceu. Num período em que ando particularmente introspectiva e “analista”, dei por mim a procurar evidências dessa teoria à minha volta. Fiquei espantada com a quantidade de resultados da minha pesquisa! Só ainda não percebi onde me posiciono nesta realidade virtual matrixiana… Refiro-me a indivíduos, se é que esse conceito é válido no mundo das imagens e dos simulacros. Cópias de “pessoas” cujo original se perdeu numa infância malsã, numa juventude ou adultez (perdoem-me o neologismo, mas vem mesmo a calhar) maquilhada, sem percalços de maior. Pessoas que vivem num paralelo onde o cenário envolvente – ao jeito do videojogo SIMS – é por elas seleccionado e “construído” (aviso já que, dado o tema

Enjoo

Ando a afastar as moscas dos restos de comida, A espantar os pássaros à volta da piscina, A limpar gavetas e memórias, A desfragmentar o disco… Em estado de lenta depuração. Rodeada que ando de gente tão importante, Que se auto-promove, Debitando demagogias e citações alheias… Que abafam o meu silêncio reconstituinte, Não me deixando calar. Por um dia, Gostava de viver numa tribo amazónica, Purgar-me com café, Ou num qualquer navio em trânsito na Somália Para caçar piratas. Pena eu enjoar tão facilmente…