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A mostrar mensagens de setembro, 2013

Segundo encontro com o escritor

- É possível amar alguém que não existe?   - Amamos sempre alguém que não existe. - Não é possível amar um ser de carne e osso, com todos os seus defeitos e idiossincrasias? - Não. Isso não é amar. É tolerar, aceitar, viver com. - Mas posso encontrar alguém que preencha os meus critérios, que tenha objetivos e gostos comuns… - Ter critérios já é um mau começo. Amamos quando somos livres de critérios, quando não pensamos em objetivos, quando deixamos de ter gostos… - Resta-nos amar o impossível, é isso? Projetar a nossa perfeição num ser imaginário ou em alguém que esteja à mão de semear e com quem vamos viver o efémero dos primeiros tempos e desamar logo a seguir para sermos estupidamente infelizes? - Não foi isso que eu disse. - Disse que amávamos sempre alguém que não existe. - Sim, mas a SUA perfeição existe. Se a pensou, se a imaginou, é porque existe. - E quando sei que a encontrei? - Quando finalmente se sente livre. Livre do relógio, do olhar

Sexto Sentido

Amor, Tinham acabado de cortar a relva. Adoro o cheiro de relva acabada de cortar.   Sentei-me num banquinho, junto ao riacho de cuja foto te enviei. Adoro o barulho da água a fluir.   À minha frente, uma fila de juncos aquáticos a dançar com a brisa, suaves...   Ainda tenho comigo o gosto do teu beijo que nenhum outro paladar apaga...   Na ponta dos dedos, a suavidade da tua pele descoberta e a memória futura da pele do teu peito firme à minha espera. És o meu Sexto Sentido. Omnipresente.