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A mostrar mensagens de janeiro, 2014

Analepse

Como se todos estes anos não tivessem acontecido. Na parte mais eu de mim, continuas… A energia da juventude, mas do agora, invade-me, estremece-me… A pressa de ocupar o teu espaço físico, na certeza de ocupar o espiritual, de experimentar o teu toque, é a mesma. Como se esta parte de mim tivesse adormecido num conto de Terras Frias, e acordado, suavemente, numa manhã amena de primavera, sem que o cenário e as restantes personagens, secundárias, se tivessem apercebido. Analepse… Este Nós com pulsar próprio e sincronizado à fração do segundo que de facto vivemos é ubíquo, gigante, avassalador e, ao mesmo tempo, terno, sereno, tranquilo…

Teoria da Disponibilidade

Andei anos a tentar entender porque te aproximaste de mim.  Não fazia, não faço, nem nunca farei o teu género. As respostas às nossas dúvidas mais inquietantes chegam, muitas vezes, quando já desistimos de as procurar e nas circunstâncias mais incoerentes… A maturidade tem-me convencido de que, em caso de dúvida, o mais sensato é virar a página, desistir… A mulher que querias, que queres e que sempre quererás, não existe, mas vais continuar a procurá-la, porque estás convencido que a mereces e que a podes encontrar. Até lá, ou seja, até sempre, investirás em tentativas falhadas, em quem estiver disponível e à mão de semear. Eu só estava disponível. Descobri isso hoje, na sequência da um zapping, ao aterrar na TV Memória. “Quando não estou com a rapariga que amo, amo a rapariga com quem estou.”