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A mostrar mensagens de 2015

Pássaros Feridos

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O princípio é fácil: há feridas que não saram. A pele regenera-se e cobre a fuga. À superfície, tudo liso. Mas, com o mau tempo, a cicatriz dá sinal. Dói. E continuamos a transportá-las, as feridas. Vamos adquirindo e usando técnicas de camuflagem. Entregamos os nossos males a outros curadores curandeiros. Vivemos na esperança de uma remissão. Voltamos por breves momentos à adolescência. Acreditamos novamente no outro. Abrimos tudo... Até as feridas. Mas o outro também traz o seu fardo. Porque é o que atraímos. Imperfeitos. Somos seres imperfeitos. E, como tal, acabamos - mais cedo do que tarde - por dizer o que não deveria ser dito. Por fazer o que não deveríamos ter feito. Procuramos o ponto final da frase inacabada. Lemos e relemos sem encontrar o nexo. Sem culpados, apenas culpa. E choramos sobre o que poderia ter sido, mas não foi. Porque os pássaros prosseguem a sua migração... feridos.

Fecha a porta quando saíres

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Quando saíres, fecha a porta sem bater. Que eu não te ouça. Leva todos os teus haveres. Que eu não encontre vestígios da tua estada. Leva também as memórias. As tuas e as minhas. As boas e as más. Que eu acorde amnésica, sem reminiscências ou déjà vus. Que eu acorde rasa, sem experiências. Ingénua, crédula, infantil. Que eu possa começar, sem antecedentes ou prefixos. Completar e ser completada, sem condições ou convicções. Quando saíres, fecha a porta sem bater. Sem protesto ou ruído. Sem ressentimento ou dor. Trespassa a fronteira como que a caminho do Éden. Sem retorno.

Concerto

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Apareceste. Não te fazia ali. Olhámo-nos. Ou melhor, mergulhei nos teus olhos e tardei em voltar à margem. Tu acolheste-me no teu mar. Não pudemos trocar palavras, mas dissemo-nos tanta coisa. Cada nota que jorrava daquele piano traduzia um dos nossos pensamentos. Imagens a preto e branco, mas tão belas! A felicidade. Não. Este é o relato de como eu gostaria que tivesse sido. Mas não foi. Na verdade… Apareceste. Não te fazia ali. Olhámo-nos. Ou melhor, eu mergulhei na tua imagem e tu fugiste para a margem. Não me acolheste e fiquei à deriva. Obviamente, não trocámos palavras, mas eu disse-te tanta coisa! As notas que jorravam daquele piano marcavam apenas o compasso dos meus pensamentos em catadupa. Imagens caricaturais como num filme de Felini. A desilusão. O que te disse? Disse-te que tenho pena. Pena que não tivesses sido o que projetei em ti. Pena da tua desistência. 

M de mudança, M de melhor

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Sobre nutrição, já li de quase tudo um pouco. A minha opinião é invariavelmente a mesma: não às generalizações, descobre tu próprio/a o que te faz bem e implementa, descobre o que te faz mal e elimina. De igual modo, tal como para as outras dimensões da vida, se não houver equilíbrio entre o corpo, a mente e o espírito, de nada adiantam as múltiplas tentativas de mudança alimentar. O novo livro de Magda Roma – Dieta M - oferece precisamente essa orientação holística, ao combinar informação útil e receitas fáceis e práticas com exercício físico, ioga (com acesso a vídeos no site da autora) e mensagens motivacionais. As receitas são bastante acessíveis e saborosas (experimentei algumas) e os exercícios relativamente fáceis de executar. Enquanto o primeiro livro da autora se destinava a um público-alvo bem definido (A Dieta Anticancro), este – embora o título possa levar a pensar num público desejoso de perder peso – é transversal e pode ser lido por leitores com todo o ti

Casaquinho

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E se todos os objetos que compõem o cenário da nossa existência contassem uma estória? Ando com uma veia de Storyteller... Desde que comecei a fazer o meu curso de Blogger, tomei consciência desta possibilidade: “Vai ao armário da cozinha, pega num copo ao acaso, observa-o atentamente, senta-te ao computador e cria uma estória. Todo o objeto pode ter uma estória.” Ver resultado abaixo ... Esta manhã, sem grande inspiração para combinações de vestuário e em cima da hora para uma marcação, peguei num vestido simples, unicromático, e adicionei-lhe o casaquinho que a minha Amiga Rita me fez (sim, handmade!) e me ofereceu há um bom par de anos pelo meu aniversário. Como sempre acontece quando visto essa peça, começo a ser interpelada: “Mas que lindo casaco!”, “Tão original!”, “Onde o comprou?”, etc., etc.. E lá conto a estória da minha Amiga Prendada e Criativa que faz coisas fantásticas e únicas. E recordei a história e as estórias que este casaquinho já tem. Partilho

Breve estória de um copo

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A minha avó bebia sempre por aquele copo. Recusava-se a beber por outro. Desconfio até que raramente o lavava. Devia ter medo de o partir ou de o gastar. Alguém lho tinha trazido de uma qualquer terra santa. Acho que ela acreditava que aquele copo pesadão e sem graça tinha poderes. [Porque um copo também pode ter uma estória]

Vamos passear o cão?

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Com o sol chega a vontade de passear ao ar livre e o melhor dos pretextos é sair os nossos amigos de 4 patas. São inúmeros os testemunhos fotográficos de celebridades com os seus fiéis companheiros. Hoje, apeteceu-me selecionar estas fotos... Porque sim! Esta primeira foto encontrei-a há dias no blogue de moda francês (a moda tem nacionalidade?) da Garance Doré : embora o intuito da foto fosse o de promover o denim citadino, “flashei” logo no caniche, no cenário nova-iorquino e na camisolinha às riscas a lembrar as fragrâncias do Jean-Paul Gautier. Adoro esta fotografia! É das minhas preferidas d’O Alfaiate Lisboeta. Acho que é a simplicidade: a desconhecida Demi de Madrid com um vestido que podia ter sido comprado na H&M (tenho um parecido comprado nessa loja). A foto tem o título “Take me for a walk”. Bom, mas não posso deixar de vos brindar com uma conhecida: Chiara Ferragni. Esta foto está fresquinha, retirada há pouco do seu The Blonde Sal