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A mostrar mensagens de abril, 2015

Mudanças e Ajustamentos

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Profissionalmente, estive sempre ligada a 3 indústrias: a Tradução, a Formação/o Ensino e os Eventos. Embora bem distintas, estas 3 áreas têm, no entanto, um ponto em comum: as aceleradas mudanças de que têm sido alvo e os significativos ajustamentos a que os profissionais desta área são sujeitos. Com quase 21 anos de carreira, já me é permitido fazer um balanço? Quando iniciei a minha carreira de Tradutora, a Internet dava os seus primeiros passos. Cheguei a enviar alguns trabalhos por fax. Ligar o Modem de acesso à Internet era quase uma aventura, entre tentativas, falhas e ruídos intergaláticos. Fazia uma lista com dúvidas para ir uma só vez à Internet (depois de esgotar todas as possibilidades nos dicionários), pois era cara. Pouco a pouco, o e-mail e os acessos à Internet generalizaram-se e o trabalho ficou mais fácil. Tão fácil que qualquer pessoa julga ter competências de Tradutor/a... Depois, vieram as Ferramentas de Apoio à Tradução (as Memórias) e, mais tarde (em pl

Sobre o glúten

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Não sou a favor de generalizações de espécie alguma e na nutrição aplico a mesma regra. O regime alimentar que é bom para alguns não o é forçosamente para outros, razão pela qual não faço do meu vegetarianismo um cavalo de batalha, tentando impô-lo ou sobrepô-lo. No capítulo alimentar, e na senda de Lise Bourbeau, penso que a melhor das estratégias passa, de facto, por escutarmos o nosso corpo. A velhinha técnica do diário no qual vamos apontando o que comemos e de que forma o nosso corpo vai reagindo, é, na minha opinião, o melhor dos pontos de partida. Há contudo uma questão sobre a qual tenho poucas dúvidas: deveríamos TODOS reduzir/eliminar o consumo de glúten. O glúten é uma mistura de proteínas e amido que encontramos num bom número de cereais, designadamente, no trigo, no centeio, na cevada e na aveia. Entre outras coisas, é o glúten que confere ao pão o aspeto compacto e elástico de que tanto gostamos. O glúten é uma espécie de “ligante”, de cola. É importante ref

Saudade

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Pensava que os anos trariam consigo uma camada protetora, uma carapaça que me imunizaria dos sentimentos. Pensava que os anos me tornariam menos ingénua, menos sonhadora, mais terrena. Pensava que, com os anos, passaria a acreditar em lugares-comuns como “o tempo cura tudo”, “a vida continua”... Pensava que, com os anos, me tornaria mais ponderada, menos impulsiva, mais fria... Pensava que a palavra Saudade se tornaria apenas o tom do Fado e passaria a ser traduzível. Mas, afinal, a palavra Saudade nem é extraordinária. Gosto mais da expressão francesa que lhe corresponde: Tu me manques . Literalmente “Tu faltas-me”, “Sem ti, não sou completa”, “O tempo não cura coisa nenhuma” e “a vida não continua”. Talvez não tenha vivido ainda o suficiente. Talvez...

Alimentação Energética

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Por sugestão da minha naturopata, comecei a seguir de perto o trabalho de Jorge Pérez-Calvo , um médico catalão que se dedica à Nutrição Energética. Esta semana, o Dr. Pérez-Calvo publicou um pequeno artigo no seu perfil do Facebook que teve o mérito de me pôr a investigar e refletir sobre a relação que temos com os alimentos que cozinhamos e ingerimos. O pequeno texto – Sobre a arte de cozinhar – interpela-nos sobre as diferentes técnicas disponíveis (cozer, assar, estufar, fritar, entre outras), sobre o efeito energético de cada uma e sobre a necessidade de refletirmos sobre as nossas opções alimentares e de confeção. O seu best-seller Alimentación Energética y Salud (já mandei vir!) aborda questões como: :: Quando salgar os alimentos: diretamente no alimento, andes da cozedura? No fim da cozedura? :: Quando colocar o alimento na cozedura: na água fria? Quando levanta fervura? :: As diferenças entre comer uma raiz (de energia descendente) ou um talo (de energia asce

Coleção

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Sempre fui uma mulher prática. Não era fiel a nenhum supermercado. Ia àquele que me dava mais jeito e à hora que me dava mais jeito. Não fazia lista de compras: passava rapidamente em quase todos os corredores (excluindo o dos alimentos para animais, o das fraldas e acessórios para bebés e o das bebidas espirituosas) e ia colocando no carrinho apenas aquilo de que precisasse. Eu que achava um desperdício de tempo aquele que se passava em supermercados, passei a ocupar o que me sobrava em virtude da reforma a visitar religiosamente esses espaços, como quem passa os alfarrabistas a pente fino à procura de um livro raro. Da primeira vez, não dei muita importância. Coloquei os sacos na mala do carro e, quando fui recuperar a moeda, lá estava ela: amarrotada e sozinha como que colada à grade metálica. Peguei nela, admirei rapidamente a caligrafia e, sem saber porquê, enfiei-a na carteira. A segunda apareceu algumas semanas mais tarde, mas desta vez encontrei-a ao ir buscar um carr