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A mostrar mensagens de outubro, 2017

Longas Viagens de Carro sem Portagens

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Sou hospedeira de bordo. Sou hospedeira de bordo por paixão. Ainda pertenço àquela geração à qual foi permitido seguir sonhos de infância e concretizá-los. Sempre soube que não teria raízes, que dificilmente constituiria uma família e que os meus armários estariam sempre “quase vazios”. A minha família e os meus amigos vestem a mesma farda. Tive alguns namorados em alguns (aero)portos. Nada de sério. Não seria duradouro. Mas fui feliz. Passei a fasquia dos 40 e as vontades começaram a mudar. Comecei a importar-me. Comecei a querer ter um lar e alguém à minha espera, alguém de quem cuidar. Comecei a querer ter uma estante com filmes, uma biblioteca com livros e uma garrafeira com vinho alentejano. Alguém a quem contar o meu dia, alguém de quem ouvir o relato do seu, a quem dar palpites. Alguém com quem passear de mão dada, alguém a quem contar os cabelos brancos e com quem fazer longas viagens de carro sem portagens. Logo no primeiro encontro, percebi que eras tu. Esta

Simplifica-te!

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Ultimamente, os livros vêm ter comigo de uma forma enigmática. Aqui está outro livro que, à partida, só pelo título e pela breve apresentação, não leria. Contudo, foi-me sugerido por uma amiga do coração (obrigada, Edna!) de uma forma tão entusiasmada que lhe atribuí o benefício da dúvida. A minha primeira constatação é de que está muito bem escrito. No que diz respeito ao Português… Sem atropelos sintáticos, erros ortográficos ou clíticos mal colocados. Meio-caminho andado para me conquistar. E é despretensioso… como o título indica. A autora, Rute Caldeira, utiliza uma técnica que eu aprecio de sobremaneira: o storytelling . Todo o livro é uma recolha de estórias: as da Rute, na primeira pessoa, e as dos seres de luz que se atravessaram no seu percurso. É impossível não nos identificarmos com uma ou parte de outra. Garantia de rapport estabelecido. Do livro, retenho as seguintes ideias fortes: - Amar alguém não é sinónimo de autoanulação ou anulação

Desapego

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Hoje, dou-me conta do desapego. Do seu poder curativo. Quando as convenções já não suscitam o medo. Quando olhas à tua volta e a matéria já nada ou pouco te diz. Quando, pelo contrário, tens uma enorme vontade de construir com pouco e de te libertares o mais possível do excedente. Quando é a essência do outro que te apaixona, o que esse outro provoca em ti, em sensações, e não o que te dá ou proporciona. Quando percebes que estás mais leve, mais tranquilo(a), que dormes melhor. Quando tudo o que se atravessa no teu caminho se encaixa e deixa uma mensagem. Quando estás atento(a), focado(a), uma pessoa melhor, para ti e para os outros. Quando consegues olhar adiante e sorrir da existência que te está reservada. Porque um dia acordaste em lágrimas e tiveste a coragem que te faltou anos a fio, e desafiaste-te a ser feliz. E, de repente, já não estás só, e as pessoas começam a olhar para ti de outro jeito, porque tu olhaste para ti de outro jeito. E concluis, afinal, que