Daqui a nada… Gostava de escrever assim



Sobre o primeiro romance de Rodrigo Guedes de Carvalho, apetece-me derrubar ideias pré-concebidas. Por exemplo, a ideia de que só conseguimos escrever sobre o que vivenciamos, sobre o que existe no nosso mundo.

Como é que se escreve desta maneira, aos 20 anos, sobre a desilusão, a solidão, o silêncio? Ou sobre os despojos de uma guerra na qual não se combateu? Diz o próprio que faz como no cinema: põe-se na pele da personagem, velha ou nova, fútil ou profunda, e “interpreta” um papel. Pode ser. Não me posso esquecer de experimentar.

Esta mestria da escrita aos 20 anos é desarmante e interpela as nossas capacidades. E eu, que até conheço as últimas obras do autor, encontro nesta mais genuinidade, menos arranjos e composições. Agrada-me.

Gosto da técnica de pôr cada uma das personagens a falar na primeira pessoa, alternando-as por capítulos. Contudo, questiono apenas o facto (demasiado gritante) de as 3 personagens serem igualmente geniais e expressarem o que lhes vai na alma com a mesma genialidade da palavra.


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