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A mostrar mensagens de abril, 2018

Reverdecer

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Caixas de variados doces em cima da mesa da sala, aquele cheiro a calda de açúcar… A azáfama familiar, o estrear de roupa nova, as limpezas profundas. Nunca esquecerei as Páscoas no Minho, em casa dos meus avós maternos. A visita pascal era o momento alto. Nada podia falhar: o tapete de flores à porta de casa, o vinho do Porto e o pão-de-ló, o envelope da côngrua. Aquelas segundas tinham uma magia quase infantil. A prova-lo, o facto de que nunca mais me esqueci delas ou do cheiro a calda de açúcar. Uma geração se extinguiu, uma casa foi desmantelada, outras famílias se constituíram e as Páscoas mudaram. Hoje, é em casa dos meus pais. Felizmente, ainda temos direito à visita pascal e ainda fazemos o tapete de flores à porta de casa. Ouve-se a mensagem, beija-se a cruz, dão-se as amêndoas aos miúdos da comitiva, entrega-se o envelope e já está. Se pensarmos no sentido da Páscoa, pensamos em ressurreição, em renovação, em novas oportunidades, em recomeços. Se Ele ressuscito