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A mostrar mensagens de outubro, 2010

Mini-conto de Outono

Cheguei à Caparica quase de madrugada, à hora dos surfistas. Para quem vem da cidade, o cheiro a maresia é bom, mas não suficiente. Preciso com urgência de um pequeno-almoço. Estaciono na marginal, junto ao hotel de quatro estrelas. Para surpresa minha, encontrar um café aberto foi mais fácil do que esperado. Não falta de pão fresco (como teria sabido bem o pãozinho fresco!), vai o bolo de arroz e a meia-de-leite. O rapaz do balcão está visivelmente maldisposto; não sei se da hora, se da vida… Entra o patriarca, com cara de patriarca, maldisposto, não sei se da hora, se da vida… - Não vais levar o puto à escola? - Já liguei. Ninguém atende. Deve ter o telemóvel desligado. - Ligaste para casa? - Hein? - Pró fixo? - Não tem. - Então e a que horas é a escola? - Hoje não há escola. Vão a um passeio fazer paintball… - Então e o avô não pode ir levá-lo? - Qual avô? - O outro. - Poder, podia… - Boa vida… [entre dentes] Eu vou lá buscar o puto. Toco à campainha. - O.K…. - F

Singela homenagem à Republicana Ana de Castro Osório

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Precisamente um século antes de eu ver a luz do dia nos arredores de Paris, nascia, em 18 de Junho de 1872, Ana de Castro Osório, em Mangualde, aquela que viria a ser a minha “terra adoptiva”. Tudo o que se possa dizer sobre esta grande escritora, feminista e republicana é redutor, sendo o objectivo deste breve apontamento apenas e tão-somente o de fazer uma singela homenagem à fundadora da Liga Republicana das Mulheres Portuguesas, movimento de que Ana de Castro Osório foi a principal impulsionadora. Conhecida como a fundadora da literatura infantil em Portugal, deixou dezenas de livros didácticos para crianças e contos infantis; acreditava que a inclusão nos livros escolares de rimas e contos tornava as crianças mais criativas e receptivas à aprendizagem. Uma convicção hoje instalada, mas revolucionária para o seu tempo. Também escreveu romances, novelas e peças de teatro. É também ao Feminismo Português que o seu nome fica ligado. Em 1905, escreveu o primeiro manifesto feminista do