Singela homenagem à Republicana Ana de Castro Osório

Precisamente um século antes de eu ver a luz do dia nos arredores de Paris, nascia, em 18 de Junho de 1872, Ana de Castro Osório, em Mangualde, aquela que viria a ser a minha “terra adoptiva”.

Tudo o que se possa dizer sobre esta grande escritora, feminista e republicana é redutor, sendo o objectivo deste breve apontamento apenas e tão-somente o de fazer uma singela homenagem à fundadora da Liga Republicana das Mulheres Portuguesas, movimento de que Ana de Castro Osório foi a principal impulsionadora.

Conhecida como a fundadora da literatura infantil em Portugal, deixou dezenas de livros didácticos para crianças e contos infantis; acreditava que a inclusão nos livros escolares de rimas e contos tornava as crianças mais criativas e receptivas à aprendizagem. Uma convicção hoje instalada, mas revolucionária para o seu tempo. Também escreveu romances, novelas e peças de teatro.

É também ao Feminismo Português que o seu nome fica ligado. Em 1905, escreveu o primeiro manifesto feminista do nosso país: “Mulheres Portuguesas” . Pioneira na luta pela igualdade de direitos, colaborou com Afonso Costa na criação da Lei do Divórcio e defendeu até à exaustão a dignificação da mulher e a ideia de que a educação era o “passo definitivo para a libertação feminina”.

Militante activa, por influência do marido, na luta pela implantação da República, foi presidente da Escola Liberal de Setúbal e criou a Liga Republicana das Mulheres Portuguesas, em 1909, cujo objectivo era “orientar, educar e instruir, nos princípios democráticos, a mulher portuguesa, fazer propaganda cívica, inspirando-se no ideal republicano e democrático e promover a revisão das leis na parte que interessa especialmente à mulher e à criança”. Esta associação viria a ser a mais duradoura e combativa associação a conciliar a defesa e a difusão dos ideais feministas e republicanos.

Viva a Mangualdense Ana de Castro Osório!

Comentários

Rita disse…
Os seus livros são uma delícia.

O teu post está muito bonito! Parabéns, Aninhas!
Ana Bela Cabral disse…
Gosto de mulheres que se assumem mulheres e que se batem pelo seu estado feminino. Mulheres como Ana de Castro Osório, mulheres como tu, como eu...
Beijo

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