Leituras e escrituras de uma filha única
[estou a ouvir “Come away with me”, Norah Jones] Durante longos anos, a escrita – a minha escrita - foi para mim assunto tabu. Consigo precisar no tempo quando deixou de o ser e, acreditem, não foi há muito tempo. Devoro livros desde criança. Até hoje, leio um pouco de tudo e, confesso, por vezes sem grandes critérios. Creio que este hábito me vem do facto de ser filha única e de ter sido uma criança muito tímida. Fui uma leitora muito precoce. Aos 8-9 anos já tinha lido as colecções inteiras da Enid Blyton e da Laura Ingalls Wilder (o que se lia na altura…). Por conseguinte, também comecei a escrever cedo. Devia ter também uns 8 ou 9 anos quando a minha mãe teve de ser hospitalizada e eu fiquei em casa da minha melhor amiga, a Valérie. Por essa altura, começámos a escrever um “diário partilhado”. Um dia escrevia eu, outro dia ela. Quando regressei a Portugal, ela ficou com o dito diário. Entretanto, ela mudou de residência e eu perdi-lhe o rasto. O que eu daria para revê-la e para rel...