Taxistas II
Reflectia Isabel sobre os diferentes mecanismos de estimulação lacrimal quando chegou ao Porto, no último Alfa. - Boa noite. Quero ir para um hotel que tem “Artes” no nome… - O “Eurostar das Artes”, menina? - Esse é em Cedofeita? - É, menina. - E não há outro hotel com “Artes” no nome? - Não, menina, que eu saiba… - Então é esse. Vamos. A trepidação do táxi sobre os paralelos da rua do Heroísmo acordou Isabel. - Tenho a obrigação de conhecer melhor o Porto. Vivi aqui quatro anos. Fiz cá a faculdade… - Ai é, menina? - Sim. Olhe, vivi aqui muito perto, na rua António Granjo. - A sério? Também vivo no Bonfim, menina, e tenho um grande amigo que vive na rua António Granjo, o Jorge. Vive naquela casa amarela que dá para o Horto Moderno. - Está a brincar?! Eu vivi nessa casa! Não me diga que o seu amigo Jorge era filho do Sr. Jorge Meireles? - Exactamente, menina! - Não acredito! Andei com ele ao colo, valha-me Deus! Ia para casa deles ouvir o Sr. Meireles tocar piano! Como é que eles estão?...