A Casa do Sono: quando a tradução nos interpela

O que é que nos leva a gostar ou não de um livro? No caso d’A Casa do Sono, diria que foi o diálogo que suscitou entre mim, o autor e o seu tradutor. Para começar, levei alguns capítulos a entender o porquê da atribuição do prestigiado prémio francês Médicis a esta obra de Jonathan Coe. Embora original e divertida, a história é tecida sem grandes profundidades literárias ou surpresas. Para resumir, o romance gira em torno de 4 personagens, colegas de universidade, em dois tempos distintos das suas vidas, com um intervalo de cerca de 12 anos. A estória tem a particularidade de alternar, nos capítulos ímpares, os tempos de estudantes e, nos capítulos pares, os acontecimentos que ocorreram 12 anos depois. Os encontros e os desencontros entre personagens ocorrem tendo sempre, como pano de fundo, a temá...