Mulheres I

Adelaide Cabete (1867-1935)
Porque há Mulheres que nos inspiram e que merecem ser conhecidas, revisitadas, lembradas…
Adelaide Cabete era alentejana, de família humilde, trabalhou na apanha da ameixa e como empregada doméstica em Elvas.
Casou com um livre-pensador (Manuel Fernandes Cabete) com o qual dividia as tarefas domésticas (coisa rara naqueles tempos…) e que a incentivou a estudar («uma mulher para quem o casamento foi uma libertação», segundo Isabel do Carmo).
Só fez a instrução primária aos 22 anos! Foi para Lisboa e mudou o rumo da sua vida ao inscrever-se na Escola Médico-Cirúrgica. Formou-se em Medicina em 1900, já depois do casamento, com uma Tese sobre protecção às mulheres grávidas pobres, uma causa que defendeu durante toda a sua vida.
Foi uma das principais feministas e republicanas portuguesas do século XX. Presidiu, durante mais de 20 anos, ao Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas. Foi uma feroz defensora dos direitos das crianças e dos animais (era contra as touradas). Pugnou, entre outras causas, pela criação da Maternidade Alfredo da Costa (sim, a que está para fechar…) e pela despenalização da prostituição.
Ingressou na Maçonaria feminina onde atingiu o grau de “Venerável”.
Em 1929, desiludida com a implantação do Estado Novo, foi para Luanda onde esteve até 1934. Lá, lutou pelos direitos dos africanos e espalhou as suas ideias humanistas.
Foi considerada por todos uma mulher pragmática e frontal, objectiva na forma de se expressar, oralmente e por escrito.

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