Manifesto

Nos últimos tempos, e à medida que me fui libertando de algumas grilhetas e convenções, tenho-me apercebido que as pessoas não gostam de ouvir a nossa verdade, preferindo ficar-se pela deles e por aquilo que se convencionou chamar de “politicamente correto” (Deus, como detesto esta expressão!).
A maioria das pessoas – sobretudo as que se julgam diferentes – vivem uma série bem camuflada de “pazes podres”, não gostam de ser apontadas e são as primeiras a apontar o outro.
Ficam muito escandalizadas quando ousamos dizer o que pensamos, sem hipocrisias ou eufemismos, mas esquecem-se de se ouvir ou de se ler. Julgam-nos com o seu olhar reprovador e as suas sentenças censuradoras, mas não gostam de passar pelo crivo de ninguém.
Fico triste. Fico triste e preocupada com o meu futuro em sociedade, pois o preço que me pedem para pagar é muito alto. Pedem-me para me calar, para pesar e medir as minhas palavras, para adaptar o meu registo quando me encontro em contexto e ambiente aparentemente seguros. Pedem-me para ser hipócrita e não dizer o que sinto, da forma como sinto.
Ora, felizmente, não sou uma figura pública, logo não tenho de me render à responsabilidade social que a estes é exigida. Os contribuintes portugueses que se cruzam diariamente no meu caminho não pagam o meu salário, nem as contas cá de casa. Apenas lhes devo respeito. Se o manifestarem por mim...
Por amor, passei anos a prestar vassalagem e a pagar servidões e direitos de passagem. A pedir desculpa por existir, por falar, por não falar, por ser e não ser. Levei quase outros tantos a transformar-me naquilo que sou hoje, com toda a humildade e de forma honesta. Não voltarei atrás na linha do meu tempo, até porque já passei para a segunda metade.
Felizmente, este blogue é meu e nele posso exprimir-me livremente, sem temer o olhar dos outros. Começa a ser dos meus últimos redutos. Até que um qualquer algoritmo me encontre...

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