Escritura
“Às vezes, vive-se tanto ou tão pouco que não apetece escrever”
Miguel Esteves Cardoso, A Escritura (As 100 melhores crónicas)
Não sei dizer se estou a viver muito ou pouco, mas afirmo que não me tem apetecido escrever.
Por isso, peço alguma clemência se estas poucas palavras soarem a descuido.
Na escrita, tenho a sorte de ser livre.
De apenas escrever o que me apetece, quando me apetece, como me apetece e onde me apetece.
Não tenho compromissos com públicos, editoras ou meios de comunicação; não escrevo por encomenda ou favor.
Já tive a veleidade de querer ser escritora. Ou melhor, de escrever um romance (não é a mesma coisa...). Mas, o bom senso da humildade e da maturidade que os “entas” trazem pôs um termo à minha fantasia. Pelo menos, por enquanto...
Acho que ando enjoada...
Há tanta gente a escrever, a opinar, a criticar, a analisar, a encontrar culpados e causa... Já não é só a forma que me incomoda. Incomoda-me o conteúdo também.
Por uns tempos, acho que vou mergulhar na leitura de obras técnicas ou de livros de autores indefetíveis. Coisas que não me desiludam e que, talvez, me deem vontade de escrever. E de não pensar que estou a escrever. A escrever porque estou a viver muito ou a escrever porque estou a viver pouco.
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