Espelhos

Como recuperar a vontade de escrever quando até se deixou de ouvir música?

Como voltar à escrita depois de um ano durante o qual não se deu um passo certo?

Como preencher páginas quando nem a tristeza nos inspira?

 

Haverá alguma receita para acalmar a revolta e a frustração?

Haverá alguma estratégia de desenvolvimento pessoal que nos ponha a relativizar consistentemente?

Algum livro que nos ensine a seguir em frente, sem olhar para trás?

 

Sei de tentativas. Experimentei-as. Testei-as.

A escrita é, porventura, a mais eficaz.

Ainda assim, requer um mínimo de ingredientes. Um gatilho, um fio condutor, um alvo qualquer...

E um baixar da guarda.

Uma aceitação implícita de que mais vale feito do que perfeito.

Mais vale escrito do que guardado.

Deitado ao vento...

 

Ando à procura de espelhos. Daqueles espelhos nos quais dizem que nos encontramos, no reflexo dos outros. Aqueles onde encontrarei um eu egocêntrico, fútil, superficial, hipócrita. Quero encontrá-los e quebrá-los. Reduzi-los a pó. Depois disso, talvez possa descansar.

 

Terei de me afastar do rebanho ou estarei demasiado embrenhada nele? Onde anda o pastor que não o vejo? Nunca tive grande sentido de orientação...

 

À minha volta, os conformistas-seguidistas, os chicos-espertos oportunistas, os lambe-botas sem escrúpulos singram. Os outros...

 

Mas onde andam os ditos espelhos?! Quero, nem que seja uma vez na vida, olhar-me neles, bem nos olhos e entender.






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