Original
As primeiras experiências vão ser desastrosas...
Vamos ver defeitos em todo o lado e tudo nos vai irritar no outro.
Vamos regressar a casa a dizer mal das nossas vidas, a vociferar contra o destino, a culpar a sina.
Nós, em contrapartida, vamos ser perfeitos: atenciosos, simpáticos, vamos vestir a nossa melhor roupagem. Vão gostar de nós e querer mais.
E, nós, ao segundo encontro, já vamos levar desculpas, estar mais calados.
Sabes porquê?
Vamos estar sempre a comparar com o original...
É uma chatice, mas é exatamente o que vai acontecer.
Vamos bloquear em cada erro ortográfico das mensagens, em cada palavra mal pronunciada...
Tu vais provavelmente olhar para todos os detalhes: de que lado se vai sentar, se olhou para ti a brindar, se identificou devidamente o conteúdo de um saco de plástico...
(a lista poderia ter uma centena de exemplos)
Eu vou esperar que complete as minhas frases, que me lembre o nome dos cantores, bandas, atores e realizadores, que conduza nas nacionais...
(a lista poderia ter uma centena de exemplos)
Além disso, ninguém - absolutamente ninguém! - vai entender as nossas piadas. Vai ser frustrante...
Vamos ter de eliminar pré-requisitos de admissão, fazer um downgrade, uma formação em Como se Contentar com Menos Quando Já se Teve Tudo...
E talvez um dia, à 18.ª tentativa, olhemos para a cópia com um sorriso nos lábios e digamos:
- Bastante fiel ao original... Além disso, o original era perfeito e a perfeição não existe.
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