As fotografias de Bloncourt

[estou a ouvir “(Bem) Na minha mão”, Susana Félix]

No passado mês de Maio, entre meio-dia de interpretação em Oeiras e uma reunião com clientes no Padrão dos Descobrimentos, fui, finalmente, visitar a Colecção Berardo. É impossível não gostar de, pelo menos, uma parte da exposição: há para todos os gostos. Duas horas depois de iniciar a minha visita, já quase de saída e a eleger a ala do surrealismo como a minha preferida, deparo-me com uma exposição temporária: “Por uma vida melhor”. A expressão era-me familiar. Acabaria por passar o resto da tarde no CCB…
Tratava-se de uma exposição de fotografias a preto e branco do Gérald Bloncourt sobre a vida dos emigrantes portugueses em França, nos anos 50 e 60 (http://www.bloncourt.net/index-4.html). Fui assaltada por um turbilhão de emoções, flashes, reflexões…
Saí de lá com dois álbuns (um para mim, outro para o meu pai), com o documentário “Gente do Salto”, a convicção de que o português tem a memória curta e uma voz na cabeça:

Comentários

Rita Nery disse…
Gosto mais de fotografia do que pintura, sempre gostei...talvez porque congela momentos, recordações, pessoas, expressões que não conheciamos e olhares que nunca tinhamos visto antes com olhos de ver.
Gosto principalmente de fotografias a estranhos e de poder na minha cabeça fazer o filme completo, a personagem daquele alguém que ali está estático e em constante movimento.
Chega a ser nostálgico olhar uma foto...mas é uma nostalgia agradável, de alguma forma aquele momento bom ou mau ficou capturado e podemos sempre colocar o nosso coração um bocadinho mais ao lado.

Beijinhos

Rita Nery
Ana Bela Cabral disse…
De certa forma, concordo: a fotografia tem uma magia própria, principalmente, a fotografia a preto e branco... Estas do Bloncourt são avassaladoras, perturbadoras... E, apesar de se ter banalisado com o digital, a fotografia não deixa de ser uma arte de expressão superior: são raras as que nos fazem estremecer e nos evocam uma voz, uma música...

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