Segundo encontro com o escritor
- É possível amar alguém que não existe?
- Não é possível amar um ser de carne e osso, com todos os
seus defeitos e idiossincrasias?
- Não. Isso não é amar. É tolerar, aceitar, viver com.
- Mas posso encontrar alguém que preencha os meus critérios,
que tenha objetivos e gostos comuns…
- Ter critérios já é um mau começo. Amamos quando somos
livres de critérios, quando não pensamos em objetivos, quando deixamos de ter
gostos…
- Resta-nos amar o impossível, é isso? Projetar a nossa
perfeição num ser imaginário ou em alguém que esteja à mão de semear e com quem
vamos viver o efémero dos primeiros tempos e desamar logo a seguir para sermos
estupidamente infelizes?
- Não foi isso que eu disse.
- Disse que amávamos sempre alguém que não existe.
- Sim, mas a SUA perfeição existe. Se a pensou, se a
imaginou, é porque existe.
- E quando sei que a encontrei?
- Quando finalmente se sente livre. Livre do relógio, do
olhar dos outros, dos seus pensamentos. Mas, atenção: não voltará a ter uma
segunda oportunidade…
Comentários
Bjs
Beijo!