Mila


Hoje, tive companhia até ao Entroncamento.
Tem um nome impronunciável, com vários ípsilones e muitas sílabas, mas toda a gente a trata por Mila.

Veio de São Tomé há 5 anos. É estudante de Enfermagem e trabalha à noite num Call Center. Já trabalhou nas limpezas e na restauração.
Tem de fazer diretas para entregar trabalhos na Escola. Nos estágios hospitalares que vai fazendo, os utentes de que mais gosta são os velhotes: gosta de os ouvir e de negociar com eles as higienes e as refeições.

Aos sábados à tarde vai dançar Kizomba ao Barreiro. Enjoa no cacilheiro, mas, quando lá chega, esquece-se tudo. Diz que o português “não vive” e é “bué stressado”.
Em uma hora e meia não lhe ouvi uma queixa. Resgates e troikas não lhe devem dizer muito.

Sempre sorridente. Linda.
Não sei porquê, mas não consigo imaginar a Mila num serviço de geriatria dos Alpes Suíços, a dançar Kizomba na neve.

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