Analepse
Como se todos estes anos não
tivessem acontecido.
Na parte mais eu de mim,
continuas…
A energia da juventude, mas do
agora, invade-me, estremece-me…
A pressa de ocupar o teu espaço
físico, na certeza de ocupar o espiritual, de experimentar o teu toque, é a
mesma.
Como se esta parte de mim tivesse
adormecido num conto de Terras Frias, e acordado, suavemente, numa manhã amena
de primavera, sem que o cenário e as restantes personagens, secundárias, se
tivessem apercebido.
Analepse…
Este Nós com pulsar próprio e
sincronizado à fração do segundo que de facto vivemos é ubíquo, gigante,
avassalador e, ao mesmo tempo, terno, sereno, tranquilo…
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