Viagem invertida
[estou a ouvir “Nobody’s fault but mine”, Beth Rowley]
Como já vai sendo hábito, passamos férias no Sul de França, geralmente em Biarritz. Este regresso àquele que não deixa também de ser o meu país é revigorante. Gosto de sentir que ainda pertenço àquela cultura, àquela gente.
Há uma certa magia nas viagens de carro entre Portugal e a França que me fazem regressar à minha infância. Não as trocaria pela suposta emoção do avião ou pelo buliço do comboio.
E, apesar de muita coisa ter mudado desde então, é divertido estabelecer certos paralelos…
Vivíamos em França e vínhamos de férias, uma vez por ano, a Portugal. Os três, eu e os meus pais. Como eram esperadas aquelas férias!
Hoje, vivemos em Portugal e passamos férias em França. Os três, eu, o meu marido, Joaquim, e a minha filha, Sara. Como são esperadas as férias!
A viagem era longa… Da região parisiense a Viseu. As estradas execráveis, sobretudo do lado ibérico. A minha mãe, o “co-piloto”, tinha sempre o mapa à mão e uma boa selecção de cassetes.
Hoje, as distâncias relativizaram-se. Biarritz fica à mesma distância do Algarve, as estradas são óptimas, o GPS vai lançando as suas instruções e as cassetes foram substituídas por meia dúzia de CD.
Primeiro acidente: 1973, 13 meses de idade, Vitoria, Espanha, Renault 4L.
2008: 0 acidentes. O uso do cinto de segurança é obrigatório, à frente e atrás. Com 8 anos, a minha filha viaja em cadeirinha especial. O carro tem airbags e sensores em todo o lado.
Do ponto de vista da selecção musical, definitivamente, as coisas complicaram-se! Eu ouvia essencialmente o que os meus pais ouviam. Não tinha grande voto na matéria e, mesmo que tivesse, dava muito trabalho trocar de cassete, avançar ou retroceder de faixa.
Hoje, a oferta é infinita, os gostos díspares e… inventaram as “girl bands” ou “kid bands” ou lá o que é… É negociação do princípio ao fim: “Ok, ouvimos Just Girls até à Fronteira Portugal/Espanha, depois Coldplay até… vá lá, Burgos…”
Mas, o que é realmente engraçado no meio disto tudo, é que, a páginas tantas, gostemos ou não, estamos todos a cantar as canções uns dos outros. Eu e o Joaquim a cantar DZrt (nem sei como é que isso se escreve…) e a Sarita a cantar (em inglês!) Anastacia ou a imitar os falsetes do Chris Martin! A música é deveras uma linguagem internacional!
Deixo-vos com uma das minhas favoritas.
Como já vai sendo hábito, passamos férias no Sul de França, geralmente em Biarritz. Este regresso àquele que não deixa também de ser o meu país é revigorante. Gosto de sentir que ainda pertenço àquela cultura, àquela gente.
Há uma certa magia nas viagens de carro entre Portugal e a França que me fazem regressar à minha infância. Não as trocaria pela suposta emoção do avião ou pelo buliço do comboio.
E, apesar de muita coisa ter mudado desde então, é divertido estabelecer certos paralelos…
Vivíamos em França e vínhamos de férias, uma vez por ano, a Portugal. Os três, eu e os meus pais. Como eram esperadas aquelas férias!
Hoje, vivemos em Portugal e passamos férias em França. Os três, eu, o meu marido, Joaquim, e a minha filha, Sara. Como são esperadas as férias!
A viagem era longa… Da região parisiense a Viseu. As estradas execráveis, sobretudo do lado ibérico. A minha mãe, o “co-piloto”, tinha sempre o mapa à mão e uma boa selecção de cassetes.
Hoje, as distâncias relativizaram-se. Biarritz fica à mesma distância do Algarve, as estradas são óptimas, o GPS vai lançando as suas instruções e as cassetes foram substituídas por meia dúzia de CD.
Primeiro acidente: 1973, 13 meses de idade, Vitoria, Espanha, Renault 4L.
2008: 0 acidentes. O uso do cinto de segurança é obrigatório, à frente e atrás. Com 8 anos, a minha filha viaja em cadeirinha especial. O carro tem airbags e sensores em todo o lado.
Do ponto de vista da selecção musical, definitivamente, as coisas complicaram-se! Eu ouvia essencialmente o que os meus pais ouviam. Não tinha grande voto na matéria e, mesmo que tivesse, dava muito trabalho trocar de cassete, avançar ou retroceder de faixa.
Hoje, a oferta é infinita, os gostos díspares e… inventaram as “girl bands” ou “kid bands” ou lá o que é… É negociação do princípio ao fim: “Ok, ouvimos Just Girls até à Fronteira Portugal/Espanha, depois Coldplay até… vá lá, Burgos…”
Mas, o que é realmente engraçado no meio disto tudo, é que, a páginas tantas, gostemos ou não, estamos todos a cantar as canções uns dos outros. Eu e o Joaquim a cantar DZrt (nem sei como é que isso se escreve…) e a Sarita a cantar (em inglês!) Anastacia ou a imitar os falsetes do Chris Martin! A música é deveras uma linguagem internacional!
Deixo-vos com uma das minhas favoritas.
Comentários
Agora também são divertidas, claro! Tenho dois filhos lindos que me bombardeiam com questões a toda a hora e, por isso, as músicas vão tocando mais baixinho!!
A música mexe e é mexida sempre, reporta-nos para tantos lugares, lembra-nos tantos momentos por vezes nem sequer marcantes, mas que factualmente ficaram.
Esta música é deliciosa, aliás a cantora é fantástica.
Pessoalmente é das tais "vozes femininas" que me fazem sonhar...casa no lago, cadeira de baloiço, café quente e uma máquina de escrever...Gosto de sonhar!!
Beijinhos!!!
Rita Nery
Mais Beijos
Rita Nery
Para quem não saiba, o vídeo do "So Sublime" da Beth Rowley (casa no lago, baloiço...) foi gravado em Portugal, na região do Porto. Não sei precisamente onde, mas, certamente, longe de cabinas telefónicas! :)
Mil beijinhos!