Piaf pós-operatória

Levantei-me com náuseas e irritada. «Estou farta», pensei. Não tenho perfil de prima-dona e muito menos de zombie.
Levantei-me, fui à cozinha, fiz o meu chá de sementes de funcho para ver se ponho o intestino a funcionar (aquele xarope laxante que o médico receitou é intragável e provoca umas cólicas insuportáveis…), e tomei algumas resoluções: 1. Mandar a medicação às urtigas (só tomo o anti-inflamatório, não vá o diabo tecê-las…), 2. Sair de casa e 3. Pôr a leitura e a escrita em dia (so many things to read, so many things to write!).
Uma rápida pesquisa na Net e a decisão estava tomada: «É isso mesmo, Piaf!».
E lá fui eu, bem devagarinho, à matinée do Politeama.
Não tive direito à Wanda Stuart, mas a interpretação da Sónia Lisboa é excelente: a forma como ela encarna o processo de envelhecimento e decadência de Edith Piaf é notável. A voz, embora sem semelhante, é potente e transmite na perfeição o escárnio da mulher vivida e dorida. A interpretação da Noémia Costa é brilhante. Os coristas fantásticos (grandes vozeirões masculinos!). As traduções/adaptações, a cargo do próprio La Féria e da Helena Rocha, estão muito bem conseguidas.
Eu, que - como já tive a oportunidade de explicar aqui – até sou fã da Piaf e não ia à espera de milagres (Piaf é inimitável), até gostei e saí bem-disposta. Fiquei com vontade de ouvir a interpretação da Wanda Stuart, cujas características vocais e até físicas mais lembram, julgo eu, a autêntica, mas, paciência, o espectáculo cumpriu a sua missão pós-operatória.
Entretanto, pus-me a pensar que vídeo vos deixar dado que já vos tinha postado a Piaf…
O meu fado preferido! Não se preocupem, já estou fina!

Comentários

Rita disse…
"Ganda malandra"!! E eu a pensar que estavas no "miminho"!! Eh! Eh! Fizeste bem, amiga. As lamechices são para as "belhotinhas"...

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