Simplesmente Mulher

Neste dia em que se celebra a liberdade, acabo de ler um artigo no mínimo inspirador. O tema é o do “Girl Effect” e encontrei-o na revista Gingko (para quem não conhece, é uma publicação mensal sobre equilíbrio pessoal, profissional e ambiental).
De forma resumida, o artigo visa provar os benefícios do “empoderamento” [bolas, não se arranja melhor tradução para isto?!] no feminino. Alguns pontos de reflexão:
- Segundo Luís Rochartre do Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável, as mulheres no activo reinvestem no seu seio familiar uma boa percentagem do que ganham. Assim, salvar uma mulher em risco equivale a salvar uma família, uma comunidade, um país.
- Ainda segundo o mesmo autor, nos negócios, as mulheres são mais responsáveis face às suas obrigações, nomeadamente quando contraem empréstimos, e canalizam os seus lucros para o bem-estar das suas famílias. Os homens entram noutro tipo de jogos sociais…
- Um exemplo ilustrativo: o Programa de Alimentação Mundial decidiu atribuir a ajuda alimentar disponível apenas às mulheres do Haiti por considerar que estas asseguram uma distribuição mais equitativa.
- De acordo com uma equipa de investigadores interdisciplinares (demografia, saúde, estudos de mercado), há uma relação consistente entre a melhoria da saúde infantil e a escolarização das respectivas mães.
- Rosália Amorim, autora do livro “O Homem Certo para Gerir uma Empresa é uma Mulher”, sublinha a falta de paridade que ainda existe (apesar de consagrada na Constituição desde 1976) e sustenta a eficácia das mulheres no mundo empresarial: «actuam melhor em multitasking e revelam maior inteligência emocional”.
- No geral, a tímida melhoria das condições de vida das mulheres fica a dever-se à sua crescente escolarização e participação no mercado de trabalho: já representam cerca de 60% da população universitária, terminam os cursos mais cedo que os homens e com maior aproveitamento.
Ao que parece, não é mais uma utopia, é uma questão matemática: se os 600 milhões de jovens raparigas que vivem nos países em vias de desenvolvimento estudassem, tivessem acesso ao mercado de trabalho e casassem (apenas) na idade adulta, viveríamos todos num mundo melhor.
As mulheres são uma força económica por explorar. Não é por acaso que um dos 8 objectivos da ONU para o milénio é, precisamente, o tal “empoderamento” feminino.
Já agora, alguém diz ao Passos Coelho para incluir mulheres nos órgão nacionais do PSD?

Comentários

Rita disse…
MULHERES! Seres excepcionais, em tudo infatigáveis.
És uma delas. Sou uma delas.

Alguém nos lê! Será mulher? Serão mulheres?! Se o são têm, com certeza, a sorte de ter um computador para estar a par com o mundo! Às que não nos podem ler, seja por uma razão ou por outra menos boa, desejo apenas uma coisa - cumplicidade!
Rita disse…
E..já agora, adorei os "moçoilos" da "cantante"!! Os seus músculos fazem-me rir! Tanta perfeição de imagem! HI! Hi!
Ana Bela Cabral disse…
"Cumplicidade" é uma palavra-chave. Contudo, observo que também é um valor "em crise"...
Esta pequena reflexão é, sobretudo, para aquelas mulheres que ainda acreditam nessa cumplicidade, que cuidam da sua auto-estima, que "aplicam" a sua sensibilidade em tudo o que fazem, sem medos, sem máscaras...
Beijo grande

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