C'est bizarre

C’est bizarre, sinto-me anestesiada, amorfa, sem saltos, sem erupções.
Já nem o cansaço me toma; quero estimulantes sem cafeína, tarefas com horas de início e de fim. Já nem me ocupa a ocupação dos outros ocupados. Já nem me ofende a ofensa dos outros ofendidos e ofensores que nunca ofendem.
Pratico o arrefecimento, o distanciamento, a análise silenciosa, a margem de segurança. Pratico o lado direito da coluna, a coluna da direita, o direito à coluna.
Deixei de me sentenciar, de me marcar tpc, de me prender às trilogias. Deixei?
Passei a compreender as luas, os tons, a falta de acentuação, os silêncios e as intervenções fora do tempo. Deixei.
Já não me interpela a efabulação alheia, a ilogicidade. Let it be.
Agrada-me esta lua de mel comigo, com o meu friso cronológico, com os Outros.
C’est vraiment bizarre.


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