Diário de uma solteirona de férias | Dia 0

 Acabo de chegar ao hotel. É um hotel de transição, para ficar mais próxima do ponto de partida da rota de amanhã. Daqueles hotéis temáticos engraçados. Estou num quarto designado de 007 e a decoração é composta de polvos... Podia ser pior.

Depois da caminhada de amanhã, irei para o meu destino de férias.

 

Já constatei um avanço quanto a viagens: nas últimas semanas, tenho viajado tanto de carro, que já não me custa. Vou fazendo as minhas paragens, ouvindo os meus podcasts e a minha música, fazendo reuniões telefónicas.

 

Depois da viagem de hoje, quase sempre ao telefone, cheguei ao meu destino na capital e coordenei a reunião que havia para coordenar. Correu bem. Houve avanços, entusiasmo, motivação.

 

Agora, sim, estou de férias!

Pela primeira vez, no meu meio-século de existência, estou de férias sozinha. Contra tudo e contra todos, estou de férias sozinha. Como diz o povo, há sempre uma primeira vez para tudo.

“Má ideia”, “porquê?”, “mais valia ficar por cá”, “e se te acontece alguma coisa?”...

Da psicóloga, só tive sinal verde porque prometi ler um livro que ela me recomendou (como se a tarefa fosse difícil para mim...) e alimentar este diário.

 

Desafiante vai ser desligar. Desligar e tentar ignorar o que deixo para trás. Sobretudo, as duas empresas em processo de restruturação total e, inesperadamente, com um pipeline cheíssimo.

 

Bom, já sei que vou ter de fazer um reporting diário à minha comissão permanente, receosa que eu me passe da cabeça outra vez. Não vai acontecer.

Não vou comprar-me flores todos os dias, por causa da rinite, mas posso sair para dançar. 


Sobral de Monte Agraço, 19 de maio de 2023





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