Diário de uma solteirona de férias | Dia 6

 Lá me despedi de Peniche e rumei novamente para Oeste.

Como combinado há já alguns dias, era aguardada para um brunch. Que maravilha!

Adoro este casal! Vivem um para o outro. Não têm filhos humanos. Têm o gatinho N. que é uma personagem; anda com eles para todo o lado. O L. e a S. têm uma caravana e gostam de viajar. O N. também e vai deitado no tablier. Eles também gostam de grandes caminhadas e lá vai o patudito com eles, instalado aos ombros ora de um, ora de outro. Falámos do nosso amor pelos animais. Desabafei as minhas perdas recentes. Falámos de saúde e bem-estar, de nutrição. Estaria ali com eles o dia todo.

Enquanto subia para Norte, pensava que este casal é a prova de que é possível ter uma relação bem-sucedida e feliz, em permanência.

Se eu estivesse a dizer isto à minha filha, ela responder-me-ia: “Mão, nem tudo é o que parece…” 

Neste caso, quero acreditar que sim. Que este casal parece feliz e é, de facto, feliz.


Cheguei à Barra a meio da tarde, com um tempo maravilhoso. descarreguei o carro e saí para uma longa caminhada de quase 2 horas, em passo acelerado. Infelizmente, os passadiços têm vários troços destruídos. Ao que parece, o mau tempo (e, sobretudo, o vento) fez com que a areia invadisse os passadiços, descaracterizando-os totalmente. Ou seja, além de pernas, trabalhei glúteos, a subir e a descer montanhas de areia, até ao Bar é Nostrum. Fiz uma paragem numa esplanada, tirei o meu livro da mochila, pedi um sumo natural e uma tosta de salmão e passei ali uma boa hora a ler e a olhar para o mar.

Não fui ao bar do costume, pois está fechado. “Ainda bem”, pensei para os meus botões.

Durante a minha leitura, parei nesta passagem: “Tudo o que não é um ato de amor é um grito por amor.” Confere.


De regresso a casa, encostei-me no sofá e dormi uma sesta.

Mais tarde, fiz uma saladita, comi a dita, demorei 3000 anos a ligar o esquentador, tomei banho e meditei.

Escrevo agora este relato e vou voltar a pegar no meu livro, até adormecer.

Amanhã, os meus pais vêm cá almoçar comigo e passar a tarde. Vai ser bom. Tenho saudades deles e quero sossegá-los.


Love is not a losing game, I hope.




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